Artigo recebido em 31 de agosto de 2017, versão final aceita em 29 de janeiro de 2018. RESUMO:Os processos de Gerenciamento Costeiro (GC) nas últimas décadas vêm evoluindo, apresentando diferentes métodos de gestão, sendo que uma nova fronteira se encontra na Gestão com Base Ecossistêmica (GBE). No entanto, para colocar em prática a GBE, a qual leva em consideração as funções, os processos e os serviços ecossistêmicos dos ambientes costeiros e marinhos, entendendo-os como um conjunto de ecossistemas compostos por elementos ecológicos (naturais), econômicos e sociais, se faz necessária a base de informação ecossistêmica. O presente trabalho propõe, apresentando resultados aplicados, um roteiro metodológico de seis etapas: 1. Identificar os ecossistemas como "Unidades de Gestão"; 2. Mapear, modelar e simular os ecossistemas; 3. Identificar e classificar os serviços ecossistêmicos; 4. Definir os valores e a qualidade dos serviços; 5. Identificar os espaços de gestão; e 6. Integrar com políticas e demais instrumentos de gestão e legais. As aplicações práticas apresentadas vão desde trabalhos acadêmicos de identificação e caracterização de ambientes costeiros e marinhos a aplicações nos processos de gestão ambiental portuários, passando também pelo desenvolvimento de Zoneamentos Ecológico-Econômicos (ZEEs) em nível regional, por exemplo. Na apreciação integral do conjunto de exemplos e iniciativas para todas as etapas do modelo, depreende-se que a sua aplicação é ampla, variada e consideravelmente simples. Da mesma forma, a multiplicidade de possíveis aplicações do modelo em ações voltadas ao suporte de uma GBE sugere que seu uso pode crescer e buscar iniciativas inovadoras. A expectativa dos autores é de que tal ferramenta possa, de fato, delinear e estimular pesquisas e aplicações com base ecossistêmica na busca da sustentabilidade da costa e do bem-estar de seus atores sociais. Palavras-chave:Gestão com Base Ecossistêmica (GBE); serviços ecossistêmicos; matriz de serviços ecossistêmicos.ABSTRACT: In the last decades Coastal Management (CM) processes have been evolving, presenting different management methods, and the new frontier is at the so-called Ecosystem Based Management (EBM). However, to put into practice EBM, which takes into account ecosystem functions, processes and services of coastal and marine environments, understanding them as a set of ecosystems composed of ecological (natural), economic and social elements, it is necessary an ecosystem-based information. The present work proposes, presenting practical results, a methodological path of six stages: 1. Identification of ecosystems as "Management Units"; 2. Mapping, modeling and simulating ecosystems and their connections; 3. Identification and classification of ecosystem services; 4. Definition of values and quality of services; 5. Identification of related management procedures; and 6. Integration with policies and other management and legal tools. The concrete applications range from academic studies of identification and characterization of coastal...
O presente artigo apresenta a aplicação de uma metodologia com ferramentas de geoprocessamento a fim de verificar a existência (ou não) de conflitos espaciais entre instrumentos de ordenamento territorial na região do Balneário Cassino e adjacências, no município de Rio Grande-RS. Para tanto, foram analisados os instrumentos legais: Unidades de Planejamento, componente do Plano Diretor Municipal; Zoneamento Ecológico Econômico Municipal – ZEEM, componente do Plano Ambiental Municipal; e Mapa da Base Legal Ambiental, gerado pelos autores baseado nas Áreas de Preservação Permanente – APPs, Unidades de Conservação e demais áreas com restrição de uso legalmente definidas. Utilizou-se o software de Sistemas de Informações Geográficas QGIS, uma imagem do satélite RapidEye® e dados vetoriais para o processamento. Foram gerados como produtos: mapa de cobertura do solo, mapa da base legal ambiental e mapas de conflitos a partir do cruzamento dos dados. Verificou-se que a classe com maiores áreas de cobertura do solo foram os campos (50,5%), seguidos por banhados e marismas (25,2%). E que 34,55% da área mapeada corresponde a áreas legalmente protegidas. Quanto aos dados de conflitos, foi possível verificar problemas de escala, sobretudo nas bordas, pois as Unidades de Planejamento estão em escala de 1:10.000, enquanto que o ZEEM está em escala 1:100.000 e o Mapa de Base Legal Ambiental está em escala 1:25.000. Outro problema encontrado foi a omissão das Unidades de Planejamento para grande parte da área de estudo. Verificou-se também a importância da delimitação das APPs e que a sobreposição destes ambientes com as outras duas políticas públicas resolveria boa parte dos conflitos espaciais encontrados. O fato é que existem dois instrumentos de políticas públicas para um mesmo território que se conflitam, o que evidencia a importância da integração das instituições públicas e dos dados geoespaciais na regulação e gestão do território.
Este artigo tem como objetivo realizar uma discussão acerca da cartografia e suas tecnologias, bem como da cartografia social e sua evolução através de uma revisão bibliográfica sobre a temática, debatendo sobre os propósitos e objetivos que envolvem a elaboração de um mapa (Por quê? Por quem? Para quem?) e as relações de poder estabelecidas. Os mapas foram historicamente construídos de forma verticalizada com o intuito de legitimar o processo de conquista por parte do Estado (posteriormente por empresas). Isso vem sendo questionado na atualidade e acaba dando lugar a novas formas de abordagem cartográficas, como por exemplo: cartografia social, mapeamentos participativos, dentre outras. A cartografia social se apresenta como um instrumento de luta que busca fortalecer os processos de resistências nos territórios contra os grandes projetos de desenvolvimento que não dialogam com as comunidades. Nesse contexto, observaram-se dois exemplos de Observatórios de Conflitos (Minas Gerais e Extremo Sul do Brasil) que têm realizado mapeamento de conflitos ambientais e assessoramento técnico à movimentos e grupos sociais em suas lutas. Foi possível concluir que os mapas são instrumentos de poder e que de forma contra-hegemônica os mapeamentos participativos possuem grande valor para empoderar as comunidades tradicionais na luta pelos seus territórios.
Meu projeto, ao escrever este ensaio, não é propor perspectivas que pedem adesão [...] Trata-se, portanto, de suscitar algo bem diferente da adesão -é preciso, antes, que haja ruído, resistência, protesto (Stengers, 2015: 101). Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz. (O Teatro Mágico) RESUMO O presente artigo tem como objetivo refletir sobre o que queremos com a Oceanografia Socioambiental. A ideia não é dar uma resposta pronta, mas buscar iniciar uma reflexão que possa culminar, no futuro, em uma construção coletiva. Para tanto, entendemos como necessário refletir sobre o papel da ciência na conformação da realidade do mundo atual. E, nesse sentido, refletir sobre a Oceanografia enquanto ciência e a necessidade de pensar a sua decolonização para caminhar no sentido pós-abissal orientado desde o sul global.
SÃO JOSÉ DO NORTE (RS/BRAZIL): ENVIRONMENT AS A MERCHANDISE SÃO JOSÉ DO NORTE (RS/BRASIL): MEDIO AMBIENTE COMO MERCANCÍA RESUMOSão José do Norte-RS passa por grandes transformações na matriz econômica que marca o cotidiano dos habitantes. Tais transformações são propagandeadas por gestores municipais, empreendedores e jornalistas como a "vinda do progresso". O objetivo deste trabalho é analisar estas mudanças, elucidando o discurso neodesenvolvimentista que embasa a aceitação dos Grandes Projetos de Desenvolvimento (GPD's). Para isso, utilizamos textos do sítio eletrônico da prefeitura, reportagens, entre outros. Como metodologia, fizemos a análise do discurso de tais materiais, que revelam o esforço de gestores para vender o município como propício para a instalação de GPD's. Palavras-chave: Grandes Projetos de Desenvolvimento; mercadoria; progresso. RESUMENSão José do Norte-RS ha pasado por grandes cambios en la matriz económica que marca el cotidiano de los habitantes. Eses cambios son publicitados por gestores municipales, empresarios y periodistas como la "llegada del progreso". El objetivo del artículo es analizar eses cambios, elucidando el discurso neodesarrollista que basa la aceptación de los Grandes Proyectos de Desarrollo (GPD´s). Para esto, utilizamos textos del sitio electrónico de la intendencia, informes, entre otros. Como metodología, hicimos el análisis de discurso de estos materiales, que revelan el esfuerzo de los gestores para vender la municipalidad como propicio para la instalación de GPD's. Palabras clave: Grandes Proyectos de Desarrollo; mercancía; progreso. ABSTRACTSão José do Norte-RS goes through great economic changes which cause a direct impact in the everyday-life of the citizens of the city. These changes are publicised by municipal managers, entrepreneurs and journalists as "progress coming for the city". The aim of this study is to analyze the acceptance of Grandes Projetos de Desenvolvimento (GPD's). For this, we have used as data, the articles from the website of the City Hall and reports, among others. As the methodology, we have used the discourse analyze of those materials, which reveal the efforts of the managers to sell the city as an auspicious place for the installation of GPD's.
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