A manga é um fruto tropical muito conhecido e difundido, porém quase metade do seu peso é descartado por ser considerado resíduo. Com isso, essa pesquisa objetivou caracterizar as farinhas desses resíduos (casca-FC, fibra-FF e amêndoa-FA), e elaborar extratos hidroalcóolicos (80%) com o intuito de avaliar a capacidade antioxidante e antimicrobiana. Para isso, os resíduos foram separados, desidratados a 55ºC e triturados para a obtenção das farinhas, e posteriormente foram elaborados os extratos. A FC apresentou os maiores teores de vitamina C (179,98 mg/100 g) e minerais (2,62 % de cinzas), enquanto a FF, foi superior em sólidos solúveis (6,40 °Brix) e fibras (11,89 %) e a FA mostrou-se rica em lipídeos (11,17 %). Quanto aos compostos bioativos, a FA apresentou maiores teores de compostos fenólicos (85,69 mg EAG g-1), seguido das FF e da FC (78,45 e 71,42 mg EAG g-1, respectivamente). O extrato FA apresentou maior capacidade antioxidante por FRAP e ABTS (3139,90 µmol de Fe(II)g-1 e 1370,23 µmol L-1 de Trolox), respectivamente, seguido do extrato FC (2359,90 µmol de Fe(II)g-1 e 406,90µmol L-1 de Trolox) e FF (1129,90 µmol de Fe(II)g-1 e 177,91 µmol L-1 de Trolox). O extrato FA apresentou atividade antimicrobiana contra Bacilus cereus, Escherichia coli e Salmonella Enteretidis, seguido do extrato FC (eficiente para E. coli e Salmonella Enteretidis). Dessa forma, conclui-se que essas farinhas podem ser utilizadas como fonte de enriquecimento e os seus extratos podem ser utilizados como conservante de modo a aumentar a vida útil dos alimentos.
O uso de aditivos alimentares é necessário para a distribuição de alimentos, porém devido à preocupação dos consumidores com a alimentação, a indústria alimentícia procura diminuir cada vez mais o uso de aditivos sintéticos, sem reduzir a qualidade de seus produtos. Sendo assim, esse trabalho objetivou avaliar o efeito antimicrobiano de óleos essenciais pelo método de disco-difusão, da concentração inibitória mínima (CIM) em microplacas e seu possível sinergismo com antimicrobianos sintéticos normalmente utilizados pela indústria pelo método “checkerboard”. Dentre os óleos avaliados (Alecrim, Manjericão, Tangerina, Hortelã-Pimenta e Copaíba), o de Manjericão apresentou as maiores atividades antimicrobianas no teste de disco-difusão e o de Copaíba, as menores. Na análise de CIM observou-se que o de Alecrim e Copaíba foram mais eficazes contra L. monocytogenes e S. aureus (0,31 mg.mL-1); Manjericão contra S. Typhimurium e L. monocytogenes (0,62 mg.mL-1); Tangerina contra L. monocytogenes (0,31 mg.mL-1) e Hortelã-Pimenta contra B. cereus (0,62 mg.mL-1). Os antimicrobianos sintéticos foram efetivos contra todas as bactérias e variaram sua concentração entre 15 e 1,5 mg.mL-1. Ao analisar o teste de sinergismo foi verificado que o óleo que mais apresentou associações predominantes sinérgicas foi o Manjericão, enquanto os outros óleos tiveram mais associações indiferentes ou aditivas. Sendo assim, a presente pesquisa conclui que há sinergismo in vitro entre os antimicrobianos sintéticos e os óleos essenciais, criando uma possibilidade para que a indústria de alimentos reduza o uso dos aditivos sintéticos aplicando essas associações em seus produtos.
O jamelão é um fruto rico em compostos bioativos, entretanto altamente perecível e pouco utilizado pela indústria. Visto que não existe literatura sobre o efeito da temperatura de rotaevaporação e do tipo de resíduo na extração de compostos bioativos, o objetivo deste trabalho foi verificar a influência desses fatores na extração destes compostos, e consequentemente nas atividades antioxidante e antimicrobiana. Parte do resíduo foi obtida mecanicamente (bagaço), e a outra parte manualmente (casca). O bagaço e a casca foram desidratados a 40°C e os extratos foram preparados utilizando uma proporção de 1:10 (m/v) de álcool etílico 70%. Após a homogeneização, os extratos foram filtrados a vácuo e rotaevaporados a 40°C e 50°C. Foi possível verificar que a extração do teor de compostos fenólicos totais, flavonoides e antocianinas foi significativamente maior a 50ºC. Em relação à comparação entre os tipos de resíduos, a casca apresentou-se como melhor fonte extratora para os teores de flavonoides, antocianina, atividade antioxidante (DPPH e FRAP) e atividade antimicrobiana, embora para os compostos fenólicos totais não foi observada diferença significativa entre os tipos de resíduos. Quanto à capacidade antimicrobiana, observou-se que os extratos foram efetivos frente a Listeria monocytogenes, Bacilus cereus e Staphylococcus aureus, sendo o da casca o mais eficiente. Assim, os extratos da casca produzidos a 50°C podem ser considerado uma fonte potencial de estudos para trazer benefícios nutricionais, como também para a redução de resíduos no impacto ambiental, podendo ser acrescentado em novos produtos pela indústria alimentícia, farmacêutica e afins.
A parte comestível do caju, o pseudofruto, é considerada resíduo da indústria processadora de castanhas. Ao final do processo, estima-se a geração de até 90% desse resíduo, no entanto, trata-se de uma matriz complexa altamente nutritiva e que possui grande potencial de aproveitamento. Uma das formas mais comuns e viáveis para esse aproveitamento é a produção de cajuína, bebida tradicional muito apreciada na região Nordeste do Brasil, que é obtida a partir da clarificação do suco extraído dos pedúnculos dos cajus. Após ser tombada como Patrimônio Cultural Brasileiro da Produção Tradicional e Práticas Socioculturais, em 2014, no Piauí, a cajuína vem ganhando visibilidade em outros estados e regiões. O aumento do consumo resultou na necessidade de garantir uma bebida segura e com qualidade, e essa foi a principal razão para a elaboração desse estudo, que teve como objetivo identificar os principais perigos existentes na produção de cajuína e como controlá-los de acordo com o plano APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). A presente revisão foi escrita levando em consideração artigos científicos, teses e dissertações disponibilizadas em base de dados. Os perigos foram identificados de acordo com a sua natureza: químicos (resíduo de defensivos agrícolas); físicos (corpos estranhos e fragmentos de vidro); biológicos (microrganismos patogênicos presentes na produção da bebida). Após a identificação dos perigos, medidas preventivas, formas de controle e verificação foram determinadas baseadas em dados existentes na literatura. Dessa forma, depreende-se que é possível implementar a ferramenta APPCC no processamento de cajuína.
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