RESUMO O objetivo deste artigo é analisar o processo de militarização de uma escola estadual pública, ocorrido no ano de 2015, para compreender as implicações da expansão do modelo militar no sistema público de ensino goiano. O estudo de caso contou com pesquisa documental e de campo, tendo como lócus um colégio estadual da polícia militar de Goiás, onde os dados foram coletados por meio de questionários abertos e fechados aplicados aos alunos, pais/responsáveis e professores. Concluiu-se que o processo de militarização tem possibilitado um modelo de escolarização excludente que conta com pagamento de contribuição financeira mensal pelos pais, além de desobrigar o estado de oferecer a educação como um direito de todos.
O ponto de partida é o movimento que possibilitou a entrega das escolas estaduais para a Polícia Militar, a expansão do número de colégios militares e as mudanças que aconteceram neste processo e como o governo de Goiás transformou uma ação isolada em política pública de diferenciação da rede estadual. Reuniu-se estudos, a legislação e as mensagens governamentais ao longo de 20 anos para atender as demandas da Polícia Militar que se transformaram em uma forma de diferenciação da rede estadual, selecionando o público atendido e transformando a educação em moeda de troca, a ameaçar o direito dos adolescentes e jovens à educação de qualidade.
Resumo Recorte de uma pesquisa de mestrado, este artigo aborda os processos de militarização das escolas públicas brasileiras até dezembro de 2019. Para isso, apresenta-se um mapeamento indicando as respectivas unidades federativas das escolas, suas vinculações administrativas (municipais ou estaduais) e corpo militar responsável pela tutela da unidade após a militarização (polícia militar, corpo de bombeiro militar ou outro arranjo militarizado). Trata-se, portanto, de uma abordagem panorâmica, focada em exposição e análise nacional dos dados. A sistematização dos dados demonstra uma preponderância das escolas militarizadas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Constata-se, portanto, que até 2019 se tratava de uma política mais difundida nas localidades mais pobres do país.
RESUMO: Este artigo objetiva, a partir da análise bibliográfica, documental e de referenciais teóricos, apontar e problematizar a construção de cenários e narrativas, por parte dos militares e seus asseclas, para justificar a militarização da sociedade e, com ela, a educação e a escola, projeto que tem como desdobramento o encarceramento dos processos educativo e de seus sujeitos, não só por meio das escolas militarizadas. Além de tentar mostrar a imprescindibilidade de sua existência, ações e princípios, apontamos que os agentes do braço armado do Estado vêm atuando para encarcerar e dizimar determinados grupos da população, explicitamente os jovens negros e periféricos. Apontamos ainda que, na nação dos militares, o projeto educador volta-se à educação para construção e conservação de uma sociedade excludente, misógina, racista, machista e de uma escola pautada na disciplina militar, na hierarquia, no patriotismo e no civismo.
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