O estudo parte da problematização das relações entre multiculturalismo, políticas afirmativas e políticas curriculares. Reconhece que a política curricular se dá em um ciclo político contínuo, destacando o texto político. Questiona se as políticas curriculares estão sendo elaboradas por uma abordagem multicultural com o objetivo de compreender a apropriação que um texto político faz do multiculturalismo, bem como de pôr em debate a visibilidade, ou não, dos não-brancos nesses textos. Inclui a análise do texto político da Escola Sarã, resultante da reforma curricular realizada no município de Cuiabá-MT, publicado em 2000. Entende como texto a parte verbal e as imagens e compreende que apesar da presença de características multiculturais nos pressupostos pedagógicos, há lacunas no texto verbal e fortes indícios de etnocentrismo e racismo nas imagens. Nas imagens, encontra também a presença da mestiçagem que, em conjunto com as relações de poder e as diferentes posturas pedagógicas presentes no texto, sugere o hibridismo como uma das possibilidades para um texto político multicultural.
Nosso objetivo é discutir concepções de política curricular para caracterizar uma abordagem metodológica de pesquisa que evidencie processos contra-hegemônicos em políticas curriculares. Pressupomos a centralidade da cultura em termos epistemológicos, a ampliação do campo político e a lógica espacial não-binária dos estudos pós-coloniais. Desse exercício definimos política curricular como um processo histórico no qual diferentes protagonistas, imbuídos de seus projetos culturais/sociais, produzem tensões em torno da produção, circulação e consolidação de significados no currículo escolar, entendendo-a como uma política cultural. Sugerimos o deslocamento da abordagem metodológica hegemônica, ou seja, da perspectiva global/local para a perspectiva local/global, e consideramos um equívoco focalizar produção ou implementação, Estado ou cotidiano em pesquisas de política curricular. Enfim, pontuamos algumas questões que podem pautar estudos com essa perspectiva.
EEste trabalho apresenta desdobramentos da história da Educação Salesiana no Colégio Salesiano de Santa Teresa (CSST), localizado em Corumbá-MS. Elegemos como recorte temporal os anos de 1972 a 1987, período que vigorou o convênio que deu origem a Escola Estadual Santa Teresa (EEST) que funcionou simultaneamente ao CSST até 1982, passando a existir, a partir daí, somente a Escola Estadual. É nossa intenção mostrar como o currículo da Educação Salesiana, entendido como construção social, ganhou significado localmente, por meio da imprensa sul-mato-grossense, ao narrar notícias, acontecimentos e jogos de poder, expondo o confronto entre grupos sociais, pois como sabemos, a imprensa é um importante instrumento político. Na análise dos dados, salienta-se conflitos entre formação de governantes e a defesa de acesso à escola pública; salienta-se, ainda, a invisibilidade das mulheres.
O texto relata pesquisa sobre a história da Escola Estadual Comunitária Rural Colatina (EECOR). A problematização centra-se no debate sobre a possibilidade de uma escola vinculada ao Estado constituir-se em perspectiva decolonial e na compreensão das estratégias de construção de um processo investigativo com esse sentido. O suporte epistemológico da pesquisa está relacionado à análise histórico-crítica, a história como movimento no qual os processos sociais se relacionam e se transformam intrinsecamente, numa abordagem teórica que se alinha às concepções das epistemologias do Sul e da pedagogia freiriana. A metodologia do estudo compreendeu uma abordagem qualitativa com uso de pesquisa participante, numa perspectiva teórica e prática que assume a investigação como produção coletiva de conhecimento. Os instrumentos escolhidos foram a análise de documentos e as entrevistas narrativas com os principais protagonistas do processo de constituição da escola, a partir das quais foram constituídas as categorias de análise. Os resultados apontam que a Pedagogia da Alternância pode fornecer práticas de resistência que contribuem com a construção de uma perspectiva decolonial para a Educação do Campo.
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