Neste trabalho, analisamos um fenômeno psíquico com o qual se ocupa a psicopatologia: o fenômeno do duplo (Doppelgänger), enquanto visão angustiante de si próprio como um outro. Na psicanálise, o duplo pode ser estudado através da concepção do estádio do espelho e do modelo óptico, tais como propostos por Lacan. Entre as elaborações literárias desse fenômeno universal, destacam-se "William Wilson", de E. A. Poe, e "O duplo" de F. Dostoiévski, que se situam no fantástico enquanto gênero literário. Em nossa análise do fenômeno do duplo, realizamos uma comparação entre modelos literários e psicanalíticos.
This article discusses how some childhood senses have been triggered in the confrontations about the legitimacy of gender and sexuality themes in education, considering the contemporary scenario in the country. For this, we aim to analyze two practical-discursive pitfalls that have been consolidated. The first, forged by the actors of the anti-gender offensive, consists of the narrative construction of vulnerable children, to be protected, and triggers moral panic against discussions about gender and sexuality in schools. The second, more subtle trap, concerns the place of the passivity of students in the school context, which are the subject of instruction by teachers - including when gender and sexuality issues are addressed in the classroom. The image of a child-prisoner of the “gender ideologues”, passive and in danger, populates the statements analyzed in the first session, and allows us to discuss the political uses mitigated by the hyperinflation of this idea of child vulnerability. However, even in educational practices that focus on working with issues of gender and sexuality in school contexts, we observe that minority can be thought of in conservative perspectives and without agency, as discussed in the second session. To tension these logics, we point out the dimension of playfulness and play as conceptual and methodological tools that can contribute to a non-pedagogical approach to sexuality and gender in the field of education.
Este artigo busca, a partir de uma revisão da bibliografia mais recente no âmbito da psicanálise, discutir algumas questões relativas ao conceito de gênero e às dissidências de gênero em psicanálise, exercitando um pensamento crítico e situado e apontando algumas proposições. Inicialmente, realiza-se uma apresentação do debate sobre gênero e segue-se uma discussão crítica sobre a problemática da diferença sexual. Para tanto, utiliza-se a contribuição de diversas psicanalistas – como Arán, Pombo e Porchat – que, embora não desconsiderem a materialidade do corpo, problematizam a naturalização adquirida por essa noção em psicanálise. Autores como Judith Butler e Paul Preciado são resgatados, posteriormente, à medida que os psicanalistas citados também os mencionam e utilizam seus aportes, os quais servem como analisadores externos para pensar a própria psicanálise. Na última parte, é realizada uma discussão sobre a importância da análise da contratransferência e sua relação com a discussão de gênero.
<p>O presente artigo visa analisar o papel específico da psicanálise no contexto deste dossiê, que propõe pensar as possibilidades de subversão e tensionamento frente às tentativas de normalização da sexualidade em âmbito escolar. Questionamos: como a prática psicanalítica pode subverter as demandas biopolíticas pelas quais é convocada a operar? O que é necessário para que a psicanálise não reproduza uma norma e não se converta em um método prescritivo de gênero? Iniciaremos descrevendo alguns debates em espaços de formação para pensar as limitações do corpo teórico psicanalítico e das leituras que se produzem hoje a partir deste. Em seguida, discutiremos as questões teóricas pertinentes à relação entre clínica e normatividade, tomando como eixo de articulação as reflexões sobre a patoanálise e a psicogênese e sobre o desejo. Por fim, buscaremos mostrar que tais perspectivas servem de aporte para pensarmos também algumas discussões sobre a relação entre arte, censura e infância que recentemente ganharam atenção da mídia e da população brasileira.</p>
Este artigo discute alguns dos questionamentos dirigidos à psicanálise por Paul B. Preciado em uma conferência realizada na Escola da Causa Freudiana em novembro de 2019, bem como alguns de seus desdobramentos. Nosso intuito é reconhecer e acolher as críticas apontadas por Preciado e, de modo mais geral, pelo olhar contemporâneo de outras disciplinas, considerando a possibilidade de construção de uma nova epistemologia que aposte na multiplicidade de corpos e sexualidades em contrapartida a certa leitura empreendida no campo psicanalítico acerca da diferença sexual. Para isso, analisamos criticamente a resposta de três psicanalistas à intervenção de Preciado e discutimos a problemática da epistemologia da diferença sexual, situando-a nos diálogos contemporâneos entre a psicanálise e os estudos queer. Por fim, sustentamos uma leitura da diferença sexual articulada ao conceito de dispositivo, proposto por Michel Foucault; isto é, como uma epistemologia política e como uma gramática das subjetividades historicamente situada, dentre outras possíveis.
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