Os livros didáticos, que ainda são uma das ferramentas mais utilizadas na sala de aula de matemática em todo o mundo, têm um impacto substancial na produção de subjetividades dos alunos. Nesse sentido, apesar das pesquisas mostrarem a necessidade de eliminação do preconceito de gênero nos livros didáticos de matemática, eles ainda reproduzem o retrato do que significa ser menina/mulher ou menino/homem na sociedade atual. Portanto, este estudo oferece uma comparação entre os dois livros didáticos de matemática do 6º ano mais utilizados no Brasil e nos Estados Unidos, a fim de desvelar as formas de apresentação das questões de gênero. Esta análise concluiu que os livros didáticos de matemática ainda são ferramentas importantes para reproduzir e criar posições de gênero estereotipadas para meninas e meninos, influenciando na criação de subjetividades dos alunos em ambos os países.
Este artigo descreve a constituição do que foi aqui denominado ‘sujeito-mãe’ a partir da análise de dez livros didáticos de matemática, produzidos para os anos iniciais de escolas do campo no Brasil. Esse material compõe duas coleções aprovadas no Programa Nacional do Livro Didático Campo, o PNLD Campo. As teorizações foucaultianas acerca da análise do discurso amparam a descrição e análise de um conjunto de endereçamentos que incidem sobre um corpo como performance cultural do feminino. Os excertos, imagens, atividades e exercícios trazidos replicam práticas estilizadas que inscrevem o sujeito-mãe por meio de discursividades direcionadas a um corpo com marcas de gênero específicas: o feminino. Desse modo, os dados mostraram que o currículo de matemática materializa narrativas bem elaboradas que se valem dos conteúdos dessa disciplina escolar, a fim de replicar e constituir um conjunto de valores e moralidades, com substancial status de verdade, que acabam por orientar os modos de ser e agir desse corpo que se vê e é visto como feminino.
Neste artigo, analisamos o relatório produzido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a UNESCO (2018) que discute alguns objetivos da Agenda 2030 das Organizações das Nações Unidas (ONU) bem como os apontamentos para que o desenvolvimento sustentável das nações se efetive por meio da educação em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Neste relatório, o conhecimento matemático e as questões de gênero aparecem articuladas e esta relação é apontada como elemento chave para o desenvolvimento sustentável defendido. A investigação problematiza as conclusões apresentadas pelo documento, evidenciando que a narrativa nele presente indica que a cidadania qualificada deve inserir todos os indivíduos na dinâmica social do trabalho especializado e, as meninas e mulheres não podem ficar de fora disso, haja vista que são um enorme contingente da população conduzindo a compreensão dos modos pelos quais a racionalidade neoliberal se constitui como uma arte contemporânea de produzir e governar subjetividades. Portanto, os resultados evidenciam que, a despeito do clamor onipresente na sociedade pela superação das desigualdades de gênero como demanda fundamental na contemporaneidade, isto decorre da necessidade orquestrada pela racionalidade vigente de engajar meninas e mulheres como contingentes especializados e qualificados para o mercado de trabalho.
ResumoEste artigo apresenta alguns resultados de uma pesquisa realizada em uma escola que obteve um ótimo desempenho no ENEM/2009. Os principais objetivos foram investigar e analisar quais competências profissionais de professores de Matemática do ensino médio são consideradas relevantes por essa instituição de ensino e qual a influência da cultura da performatividade no trabalho desses docentes. Para isso, entrevistamos a coordenadora, a supervisora e os quatro professores do ensino médio da instituição investigada. Verificamos que as competências mais valorizadas são influenciadas diretamente pela necessidade de obtenção de bons resultados em avaliações internas e
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