<p>Este estudo discute o estatuto da nomeação nos termos de especialidade, nos nomes próprios de pessoa, – os antropônimos –, e nos nomes de lugar – os topônimos – do Ka’apor, língua do Ramo VIII, da Família Tupi-Guarani (RODRIGUES, 1986), frente ao processo de empréstimos feitos por esta língua de termos e nomes do Português. Considera, na tradução do português para o ka’apor, aspectos da interculturalidade (MATO, 2008) e como as diferentes línguas – português e ka’apor – são reajustadas em seus aspectos linguísticos, a fim de que sejam estabelecidos os intercâmbios culturais, bem como a interface cultural nas diversas associações pelas quais as comunidades de fala do Ka’apor imprimem ao uso de nomes do português. Pontua as relações de bilinguismo dos ka’apor, por meio da análise dos aspectos fonéticos, morfossintáticos, bem como as relações semântico-pragmáticas no âmbito das análises dos termos que ingressam na língua ka’apor. Segue orientações da Socioterminologia (FAULSTICH, 2006), a qual dá suporte tanto às investigações de ordem social quanto às variações dos termos em questão, e de Estudos da Onomástica, no que se refere aos nomes individualizados de pessoa e de lugar, e retoma bases teóricas da Tradução Cultural, cujo propósito incide na relação cultural dos intercâmbios linguísticos.</p>