O propósito desse texto é relatar a experiência iniciada em 2016 de giro epistêmico da disciplina Práticas de Saúde (DSC/UnB) para alinhá-la ao esforço pragmático de formar estudantes mais capazes de atribuir sentido e valor à sua presença futura em cenários complexos de prática, tais como os campos de estágio no SUS. O artigo considera que sem a Ciência Moderna não seria possível consolidar as profissões da saúde como profissões igualmente modernas, mas problematiza a perspectiva epistêmica (reducionista e positivista) que suporta suas teorizações, e compreende a cultura científica vigente como obstáculo, seja para a atualização dos referenciais epistêmicos, seja para uma formação democrática que considere a pluralidade dos discursos no interior da cultura. Apresenta as dificuldades institucionais nos cursos de saúde da UnB para introduzir os estudantes dos períodos iniciais em atividades de campo no SUS, e justifica a opção de apostar na pragmática como antecipação à práxis, de fazer a ação do discurso como acumulação para ações subsequentes de intervenção em campo. Nesse contexto, optou-se pela estratégia de extensão ao contrário (extensão inversa, reversão da extensão) para abrir o diálogo de saberes com outras comunidades epistêmicas na formação profissional universitária. O artigo descreve o processo e faz uma análise críticoreflexiva do mesmo.