2009
DOI: 10.1590/s0102-71822009000400003
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Experiência e linguagem como estratégias de resistência

Abstract: Neste artigo visamos apontar, apoiadas em W. Benjamim e G. Agamben, a fragilização do registro da experiência e sua incidência na lógica do poder/violência. Analisamos, pretendendo desmistificar a eficácia dos discursos mortificadores da experiência, a figura do "mulçumano"; - nome que designava os mortos-vivos nos campos de concentração, conforme relato de Primo Levi e outros. Tal figura é emblemática do estado limite a que chegaram algumas pessoas e podem expressar o destino de alguns sujeitos na contemporan… Show more

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“…A vinculação extrema que Diógenes estabelece com o crack pode ser compreendida, então, como uma forma de recusa e resistência a uma "certa modalidade de vida e de morte que lhe é imposta" (Rosa & Poli, 2009). Por meio da vinculação exclusiva com o crack e do desinvestimento de outras relações e objetos, Diógenes organiza uma "dissidência tóxica" (Assoun, 2015), para fazer apelo a essa recusa e reembolsar-se por conta própria.…”
Section: O Contexto De Precariedade E Marginalização Social: Dissidênunclassified
“…A vinculação extrema que Diógenes estabelece com o crack pode ser compreendida, então, como uma forma de recusa e resistência a uma "certa modalidade de vida e de morte que lhe é imposta" (Rosa & Poli, 2009). Por meio da vinculação exclusiva com o crack e do desinvestimento de outras relações e objetos, Diógenes organiza uma "dissidência tóxica" (Assoun, 2015), para fazer apelo a essa recusa e reembolsar-se por conta própria.…”
Section: O Contexto De Precariedade E Marginalização Social: Dissidênunclassified
“…Em seu livro Lo que queda de Auschwitz, Agamben [2] apresenta a figura do "muçulmano" -nome que designava os mortos-vivos nos campos de concentração, emblemática do estado limite a que chegaram algumas pessoas e que pode expressar uma alegoria da condição de exclusão [21]. A partir destas considerações, pudemos pensar que a condição desse muçulmano de "não poder não recordar" faz pensar em um impedimento do esquecimento, do recalque necessário para separar-se do acontecimento.…”
Section: Do Trauma à Experiência Compartilhadaunclassified
“…Da testemunha, muitas vezes se ouviu que seu objetivo de sobreviver ao campo era movido pela certeza de poder contar ao mundo o que ali se passava e que o impossível tinha ganhado forma. Já a figura do musulman constituía a emblemática do estado limite a que chegaram algumas pessoas nos campos de concentração (Rosa & Poli, 2009). Do musulman, aquele que diante da corporificação do impossível nada podia fazer senão calar.…”
Section: O Sentido Da Vida E As Artimanhas Do Poderunclassified
“…Esse modo de existência, subtraída de qualquer possibilidade de laço com o outro, pode expressar certo destino dos sujeitos da contemporaneidade, exilados que estão de sua identidade, em um não-lugar em relação ao semelhante. O musulman lembra os sujeitos excluídos na realidade social brasileira (Rosa & Poli, 2009). Esses não habitam os campos de concentração ou de extermínio do nazismo, mas se movimentam e vivem de acordo com os interesses do capital, nos espaços pauperizados das periferias e das favelas das grandes cidades.…”
Section: O Sentido Da Vida E As Artimanhas Do Poderunclassified