Resumo: Ao propor a discussão de qualquer problema, seja ao ensinar ou pesquisar, o historiador sempre faz um recorte espacial que julga ser o mais adequado para compreender o objeto em estudo. Esse é um problema crucial para qualquer historiador, mas ainda mais evidente para aqueles que estudam ou vivem em regiões consideradas como periféricas, como o Pará, já que a história tida como "nacional" frequentemente ignora ou relega ao segundo plano os eventos ocorridos nesses locais. Partindo de exemplos de pesquisa sobre a história do Grão-Pará durante a independência e o Império do Brasil, este artigo pretende refletir sobre quatro pontos principais: 1) O recorte espacial é uma questão metodológica e, como tal, reflete a visão de mundo do historiador professor/ pesquisador; 2) O potencial do estudo e ensino sobre regiões periféricas para problematizar as grandes questões nacionais; 3) A necessidade de problematizar os eventos locais dentro de contextos mais amplos; 4) Os diferentes sentidos da "história regional" em São Paulo e no Pará. Palavras-chave: Metodologia. Recortes espaciais. Grão-Pará.