Este texto apresenta alguns achados de pesquisa de doutorado recém-concluída sobre transgeneridades e recepção teatral. Um dos aspectos nevrálgicos dos resultados da investigação éo potencial performativo da luz cênica como força lírica de expressão das visualidades de desobediências de gênero. A partir da crítica ao paradigma patológico de “transexualidade”, que reduz a amplitude das transgeneridades à modificação corporal, aventamos a corruptela “luzvesti” (luz + travesti) como operadora do aparato estético da iluminação cênica sobre desobediências de gênero. Nessa mesma direção, embasando-nos em uma perspectiva contrassexual, a ideia de diversidade sexual representada por siglas éposta em xeque em seu produtivismo cardapialista, monossexual e em escala. A partir da análise dos efeitos de luz das encenações A demência dos touros (Cia. Teatro do Perverto, 2017) e As 3 Uiaras de SP City (Laboratório de Técnica Dramática, 2018), tendo ambas abordado as transgeneridades como problemática urbana, pretende-se neste artigo indicar os aportes da iluminação cênica ao redimensionamento teórico dos estudos de gênero a partir das visualidades. Assim, o que se entende por autodesignação identitária em função do desejo ou de práticas sexuais passa a ser tensionado com processos subjetivos e sociais de performatividade e de recepção contrassexuais, percebendo a luz como um elemento de desenho espacial do gênero. A iluminação como traje de cena (vestir-se de luz) éentão vista como uma possível resultante espacial de desobediência de gênero entre a dramaturgia da luz e a atuação da recepção teatral. Palavras-chave: Iluminação cênica, Transgeneridades, Contrassexualidade, Performance de gênero, Recepção teatral.
Se o tempo cura, qual o tempo da cura? O fim é transitivo ou intransitivo? Quais os traços de uma curadoria de arte temporalizada? O texto aborda, desde a cosmovisão travesti, as interjeições especulativas altamente publicizadas na pandemia do novo coronavírus de “fim do teatro”, “fim do gênero”, “fim da espécie humana” e “fim do mundo” procurando apreender a operatividade econômico-filosófica curatorial do apocalipse e a curabilidade do fim. Pretende-se equacionar o que há no subsolo destes discursos, aventando o modo fabular das transgeneridades no sentido de desarmar os arranjos de comercialização do fim (Krenak, 2019) e de barganhas mercadológicas do luto social (Žižek, 2012). Almeja-se compreender os limites do corpo, da raça, do gênero e da cena para além do dilema da escassez de capital, tendo em vista o alargamento das dimensões cronológicas lineares da branquitude e da cisgeneridade. Notamos, assim, que a artesania espiralar do tempo (Martins, 2002), corresponde à audácia da elaboração do inacabamento inexorável da existência e da estética. Neste sentido, as fabulações travestis sobre o fim trazem para os estudos do futuro inscrições paradigmáticas de tempografias sincopadas, não obsolescentes da arte e da vida.
Quero deixar registrado da melhor forma possível minha gratidão a vocês: Ao meu orientador Prof. Edgard Cornachione pela forma brilhante e justa como realiza aproximações e por acompanhar há alguns anos minha trajetória de pesquisador. Ao Prof. Welington Rocha, um mestre cuja elegância com as palavras me inspira a escrever na vida. À Profa. Silvia Casa Nova que na banca de qualificação me estimulou a fazer teatro para resolver problemas de metodologia. Ao Prof. Márcio Borinelli por todas as vezes que me escutou e me fez por os pés no chão. Ao Prof. Masayuki Nakagawa, por ter me ensinado a fazer filosofia quando se trata da contabilidade. Aos professores das disciplinas no Mestrado: Profa. Deolinda Vilhena, que me ajudou a conciliar Teatro-Contabilidade; Profa. Flávia Schilling e as leituras de Foucault que me inspiraram a correr os riscos de problematizar os processos de luta em um contexto de governo. Prof. Celso Favaretto e os questionamentos sobre a arte na contemporaneidade. Ao Prof. Flávio Desgranges pelas precisas contribuições na banca de qualificação e pelo encorajamento à experimentação com o TO. À Profa. Antonia Bezerra por ter compartilhado inquietações sobre o TO. Aos meus professores da ECA, em especial à Profa.
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