Este artigo tem como objetivo discutir a reinvenção de territórios das infâncias e juventudes periféricas a partir de fotografias e poemas produzidos pelo fotógrafo Leo Silva e pelo poeta Talles Azigon (identificados após a aprovação do artigo) como modo de re-existência em Fortaleza. São problematizações advindas da realização de uma pesquisa-inter(in)venção de ethos cartográfico, junto a esses jovens, em que as imagens e os poemas emergem como dispositivos lúdicos na produção de movimentos contra-hegemônicos frente às “imagens oficiais” historicamente impostas sobre as periferias. Por meio dessas fotografias e poemas, e, portanto, da arte, a reivindicação dos territórios retrata e narra infâncias e juventudes de periferias de Fortaleza a partir de suas potências e não de suas precarizações. Como experimentação, o artigo foi produzido a partir desses poemas e fotografias, além de contar com as participações de (a ser identificado, caso o artigo seja aceito, pois atua como participante da escrita do artigo) e (a ser identificado, caso o artigo seja aceito, pois atua como participante da escrita do artigo) na elaboração do texto como um movimento decolonial de (des)habitar a escrita acadêmica.
O presente artigo trata da medicalização-patologização da infância dentro do ambiente escolar. A pesquisa ocorreu com uma turma de Educação Infantil de uma escola pública de Sobral/CE, guiou-se pela cartografia, utilizando observação participante, a partir da inserção de um dos pesquisadores na sala de aula, como método de coleta de dados, foi utilizado entrevista, com uma das professoras da turma, e diário de campo. O referencial teórico atravessou nossos estudos sobre a infância, também estudos sócio-históricos e abordagens crítico políticas. Com a pesquisa percebem-se as linhas de controle e agenciamento social exercidas sobre as crianças e também reproduzidas por elas sobre as diferenças que emergem no cotidiano escolar, bem como fizeram-se visíveis linhas de resistência a esse controle, tanto presente nas ações das crianças, como da professora e da pesquisa. Assim, a pesquisa aponta a potência existente no campo escolar, ainda que visto como um campo de controle da vida.
O presente artigo apresenta uma reflexão crítica sobre as violências que atravessam corpos marcados pela identidade de gênero dentro e fora da escola. Nosso objetivo é relatar a experiência de oficinas em escolas públicas de Fortaleza-CE, com base na vivência em campo no ano de 2021 do projeto de pesquisa-extensão Artes Insurgentes: coletivizando resistências. Trabalhamos a partir de uma pesquisa-intervenção (PI) articulada ao referencial ético-teórico-metodológico dos feminismos decoloniais sob uma lente intersecional. Desenvolvemos oficinas formativas em quatro escolas do Grande Bom Jardim (GBJ), com o apoio de coletivos e artistas do território. Nestas oficinas a discussão de gênero foi diretamente atravessada por relatos de violências, que carregam a denúncia das estruturas hegemônicas do patriarcado performado pelo machismo, cisbinariedade, misoginia, sexismo, e dentre outras formas de opressão em torno de gênero para além das paredes das escolas. Assim, mediante a esses cenários de constantes violações, durante as oficinas formativas, pudemos traçar coletivamente fissuras e aberturas aos devires, às linhas de fuga, que apareceram como um elemento diferencial que provoca rasgos no circuito desejante instituído.
A relação entre infância e políticas públicas brasileiras, historicamente, aparece sob a insígnia da (in)visibilidade, pela ausência de prioridade e/ou pelo fato de as crianças não figurarem nessas ações como sujeitos ativos. Este artigo discute essa relação a partir da emergência de políticas públicas no âmbito da cultura em Fortaleza, especificamente o Edital de Apoio a Projetos de Cultura Infância 2016, lançado pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult). Pretendeu-se: a) evidenciar as possibilidades de outras cenas para/com as crianças no âmbito da cultura; b) analisar as relações entre infância e cultura presentes nas propostas e c) conhecer a avaliação dos proponentes sobre o edital. Como referencial teórico, optou-se pelo campo interdisciplinar dos novos estudos da infância. Como estratégias de produção dos dados, realizaram-se entrevistas semiestruturadas com os proponentes, categorização dos formulários dos projetos e análise do referido edital. A partir da análise conjunta dos dados, pode-se perceber que a possibilidade de outras cenas para/com as crianças aparece relacionada aos diversos níveis de participação das crianças. As relações entre infância e cultura se expressam na variedade das áreas contempladas: artes visuais, teatro, dança e música, assim como na existência de diferentes formas de vinculação dos proponentes com o campo da infância. Por fim, os proponentes possuem uma visão positiva do edital, em consonância com a linguagem afirmativa das infâncias presente no documento. Concluiu-se que as relações entre infância e políticas públicas, no caso do edital, oportunizaram aos atores-adultos ampliar experiências estético-políticas junto às crianças em diversas áreas. Identificou-se, entretanto, a existência de limitações, que passam pela demora na liberação dos recursos, pela ausência de uma ação articulada entre os diversos proponentes sob a coordenação da Secult e, ainda, pela descontinuidade da iniciativa. Desse modo, a presença efetiva das crianças como agentes sociais atuantes nas cenas culturais permanece em disputa e por conquistar.
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