Investindo em uma análise bibliográfica, objetivamos relacionar as noçõesde implicitude/explicitude das intertextualidades, a partir do trato dado aesses conceitos em Piègay-Gros (2010) e Koch (2009). A primeira divide asintertextualidades em: por copresença (alusão – plágio [implícitas], referências– citação [explícitas]) e por derivação; já a segunda estuda diversas categoriasde intertextualidades, dentre elas as explícitas (fonte do intertexto presente) eas implícitas (fonte do intertexto ausente). Em Koch (2009), portanto, a noçãode explicitude/implicitude está relacionada à presença/ausência de referênciaà autoria do texto-fonte do intertexto. Enquanto em Piègay-Gros (2010), sãoconsiderados fatores como marcas tipográficas e efeitos de sentidos que asintertextualidades acarretam.
Discutiremos as sanções sociais impostas ao plágio relacionando-as ao gênero em que a prática é inserida, embasados em estudos textuais e discursivos. Pressupomos que o plágio coloca sob suspeita tanto a honestidade do autor, quanto as regras de funcionamento que regem a circulação dos textos (PIÈGAY-GROS, 2010), sendo infração às normas de circulação dos gêneros (BAZERMAN, 2005). Assim, analisaremos as sanções impostas a essa prática em diferentes gêneros (canção e notícia), discriminando-as entre positivas/negativas e organizadas/difusas (RADCLIFFE-BROWN, 1970). Cada gênero se organiza a partir de normas distintas, nos levando a constatar que há possíveis variações da sanção ao fenômeno.
Este trabalho discute a constituição intertextual do plágio. Os pressupostos sustentados por Christofe (1996), Cavalcante e Brito (2011), Nobre (2014) e Koch (2009) permitem compreender como o plágio se apropria de movimentos intertextuais típicos a outros processos intertextuais (citação, paráfrase, paródia e pastiche) para se manifestar. Essa realidade dá à prática múltiplas formas de se organizar disfarçando o texto-plágio e mantendo o texto-fonte. A análise compara um texto acusado de plágio com seu texto-fonte, demonstrando, a partir de parâmetros funcionais e constitucionais (NOBRE, 2014), como esse fenômeno pode se configurar por meio dos movimentos intertextuais da paródia.
RESUMO: Objetiva-se discutir possibilidades de trabalhos com a intertextualidade nos anos finais do Ensino Fundamental. Especificamente, busca-se: a) analisar as características de distintos processos intertextuais (plágio, citação, paráfrase, alusão, referência, paródia e pastiche), a fim de associá-las ao ensino da intertextualidade, e b) demonstrar, através de análise em exemplário, diferentes possíveis abordagens desse fenômeno, considerando o público do ciclo de ensino delimitado e as distintas e diversas propriedades de cada processo intertextual considerado. Toma-se, para amparo de tal investigação, Cavalcante (2019), Marcuschi (2008), Marquesi, Pauliukonis e Elias (2017) e Santos e Teixeira (2017) ao se discutir a aproximação entre texto e ensino. Em Genette (2010) e Piègay-Gros (2010), discute-se o conceito de intertextualidade e como esse se desdobra através de processos intertextuais. Cavalcante, Brito e Zavam (2017) são fontes que fundamentam a análise da intertextualidade em prol do ensino, e, em Nobre (2014), é possível compreender como cada processo intertextual se organiza, constitucional e funcionalmente. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa qualitativa que, quanto aos seus objetivos, pode ser classificada como exploratória e, quanto aos procedimentos técnicos, bibliográfica. Neste trabalho, ao se fazer dialogar os autores supramencionados, realiza-se discussão teórica a qual propõe o estreitamento da relação intertextualidade e ensino, aplicando, em seguida, tal discussão a exemplário específico, cuja análise contribui para orientar o entendimento da investigação e para se pensar o emprego desta à sala de aula.
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