Esta proposta tem como objetivo apresentar um projeto desenvolvido no Instituto de Educação, Universidade do Minho,[1] que no âmbito da sua missão enquanto escola de formação de educadores não pôde ficar indiferente ao impacto da Pandemia COVID-19 na população em geral e nas crianças em particular. [1] A Universidade do Minho situa-se em Braga, Portugal.
INTRODUÇÃO: A Síndrome Respiratoria Aguda Grave relacionada ao Coronavirus-2 (SARS-CoV-2) responsável pela doença COVID-19, está associado a eventos cardiovasculares que necessitam de diagnóstico e tratamento precoce. Muitas vezes apresentam-se de modo pouco específico com necessidade de terapia intensiva relacionando-se a desfechos desfavoráveis e pior prognóstico. Nas últimas décadas, a ecocardiografia à beira do leito (point of care ultrasound -POCUS) tem sido uma ferramenta de auxílio em situações ameaçadoras à vida e no cenário da pandemia atual sua aplicação tem sido valiosa. OBJETIVO: Conhecer a experiência da utilização do POCUS na COVID-19. MÉTODOS: Há diferentes acrônimos para os equipamentos portáteis de ultrassonografia. Em nosso estudo, utilizamos o termo mais amplamente utilizado em imagens cardíacas. Foram pesquisadas as palavras-chave "POCUS e COVID-19" na plataforma PubMed e revisados os 30 estudos mais recentes. RESULTADOS: O transporte entre setores hospitalares deve ser minimizado sempre que possível. Apesar do POCUS não estar no algoritmo diagnóstico da COVID-19 do Ministério da Saúde, a ferramenta tem sido um aliado no estudo cardiovascular. O treinamento para POCUS com simuladores e interpretação sistemática de imagens aumentou a segurança dos profissionais. A utilização do POCUS resultou em manipulação reduzida de pacientes e menor exposição da equipe de saúde, porém com imagens menos elucidativas. POCUS tem menor custo comparado à equipamentos convencionais, foi determinante em situações clínicas de hipotensão ou choque de causa indeterminada e no cenário pré-hospitalar, mas não substitui o exame ecocardiográfico convencional. A capacidade de armazenamento de dados foi uma limitação, sendo necessário rede cloud institucionais para registro e arquivo das imagens. No Hospital Beneficente da Unimar o POCUS tem sido utilizado na triagem e avaliação de pacientes com SARS-Cov2 por 6 médicos intensivistas, capacitados por meio do protocolo FATE (Focus Assesment Transtoracic Echocardiography). CONCLUSÃO: POCUS é amplamente aceito como ferramenta diagnóstica em serviços de urgência e terapia intensiva e na SARS-CoV-2 tem auxiliado no diagnóstico diferencial de eventos cardíacos. A Sociedade Americana de Ecocardiografia recomenda sua operação por profissional experiente. São necessários estudos e protocolos sistemáticos para maior implementação do POCUS. Equipamentos com dimensões reduzidas serão facilitadores diagnósticos no futuro.Palavras-chave: Eventos cardiovasculares; Ecocardiografia; Ecocardiografia à beira do leito; POCUS; COVID-19.
INTRODUÇÃO: Em dezembro de 2019, casos de pneumonia de origem desconhecida surgiram em Wuhan, China. Sequenciamento genético determinaram um novo coronavírus causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2), conhecida como "Coronavírus disease 2019" (COVID-19), que pode manifestar-se com hipoxemia secundária a pneumonia. Surpreendentemente, alguns pacientes com hipoxemia grave não manifestam sinais de dificuldade respiratória, caracterizando a "hipóxia silenciosa". OBJETIVOS: Identificar mecanismos fisiopatológicas que expliquem a desconexão entre a hipoxemia e a sensação de dispneia. MÉTODOS: Revisão narrativa de literatura, referente a 2020, disponível em bases de dados Pubmed, utilizando os descritores: "Happy hypoxia and COVID-19","Silent hypoxemia and COVID-19"e "Pathophysiology of happy hypoxemia". RESULTADOS: A desconexão entre a gravidade da hipoxemia e o desconforto respiratório em pacientes com COVID-19 torna-se um desafio. Diversas hipóteses estão sendo propostas para explicar os mecanismos fisiopatológicos. Sob redução na pressão parcial de oxigênio arterial, quimiorreceptores retransmitem as informações para o tronco cerebral e estimulam um aumento no impulso ventilatório. Como nos primeiros dias de doença a mecânica pulmonar está bem preservada, o centro respiratório não sente uma sensação desconfortável de respiração. Também é possível que SARS-CoV-2 tenha uma ação idiossincrática em receptores envolvidos na quimiossensibilidade ao oxigênio uma vez que há expressão de enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) no corpo carotídeo, sendo este o receptor para SARS-CoV-2 e o local no qual os quimiorreceptores detectam o oxigênio. Além disso, a partir da cavidade oral e faringe, o SARS-CoV-2 pode se espalhar ao longo dos axônios dos nervos cranianos V, VII, IX e X, causando inflamação do núcleo do trato solitário e impedindo a transmissão aferente do sinal até o tronco cerebral. Relatos na literatura também associam o fenômeno de "hipóxia silenciosa" com a hipocapnia, uma vez que esta tem a capacidade de freiar a resposta compensatória do centro respiratório. CONCLUSÃO: A COVID-19 possui apresentações clínicas variadas, tornando o diagnóstico desafiador, principalmente quando há casos de pacientes com hipoxemia grave, sem manifestar sinais de desconforto respiratório como dispneia. Desta forma, cabe um alerta a comunidade médica sobre a necessidade de monitoração com oximetria de pulso populações vulneráveis e/ou suspeitas de COVID 19.Palavras-chave: COVID-19; SARS-CoV-2; hipóxia silenciosa; desconforto respiratório.
INTRODUÇÃO: A cirurgia de transplante de órgãos e tecidos vem se difundindo nas últimas décadas e firmando-se como um dos grandes avanços da medicina. Dentre eles, o transplante cardíaco (TC) é atualmente a abordagem cirúrgica definitiva padrão-ouro no tratamento da insuficiência cardíaca refratária, situação na qual o paciente apresenta grande limitação funcional e elevada mortalidade. O TC é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina a partir da Resolução 1.480 publicada em 1997 e é, em grande parte, financiada pelo Sistema Único de Saúde. Visto a enorme área do país, o pico de transmissão e de mortalidade da COVID-19 não se mostrou uniforme. Embora o pico tenha ocorrido em algumas regiões, não houve no Brasil como em outros países uma rápida queda nas taxas de transmissão e de morte em alguns estados, pressupondo a manutenção desse quadro por alguns meses. OBJETIVO: descrever e analisar o impacto do surto COVID-19 em atividades de doação e transplante de coração no primeiro semestre de 2020 no Brasil. MÉTODOS: O início do estudo foi executado com a formação teórica utilizando as seguintes bases de dados: PubMed, sciELO e Medline. Em complemento, foram colhidos dados epidemiológicos no Registro Brasileiro de Transplantes, publicado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) dos anos de 2011 até 2020. RESULTADOS: No primeiro semestre de 2020 ocorreram 148 TCs, representando uma queda de 27% quando comparado ao mesmo período do ano passado, sendo a menor taxa desde 2013, ano o qual foram feitos 126 TCs. A queda foi elevada na região Nordeste (63,4%), moderada nas regiões Sul (33,3%) e Centro-Oeste (38,9%) e pequena na região Sudeste (10,5%). Além disso, houve também diminuição no número de pacientes que ingressaram na lista de espera para um TCs durante o primeiro semestre de 2020 quando comparado há todos os anos contabilizados pela ABTO, sugerindo que a insuficiência cardíaca refratária está sendo subdiagnosticada. CONCLUSÃO: A ABTO aconselha a manutenção do TC quando possível. Mesmo assim, houve uma importante diminuição no número desta cirurgia Vale salientar que ainda nos encontramos em um período crítico frente à epidemia, sendo assim, mais estudos epidemiológicos devem ser feitos durante e após a pandemia, para termos uma conclusão real de como a mesma influenciou na realização do TC.
INTRODUÇÃO: A doença Corona Vírus Dissease-2019 (COVID-19), causada pelo vírus da síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2), manifesta clínicas cerebrovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC). OBJETIVOS: Revisão de literatura sobre manifestações de AVC na COVID-19. METÓDOS: Pesquisa bibliográfica de publicações disponíveis em base de dados Pubmed, referente aos últimos 6 anos, utilizando os descritores: "COVID-19 and acute ischemic stroke" e "COVID-19 and stroke". RESULTADOS: Apesar do predomínio de manifestação pulmonar, o AVC, isquêmico ou hemorrágico, foi associado como complicação do SARS-CoV-2. A ocorrência de isquemias cerebrais em pacientes hospitalizados com COVID-19 foi relatado por vários estudos retrospectivos. Em Wuhan, um estudo de 214 pacientes observou em 5,7% casos de AVCs. Em Milão, Itália, de 388 pacientes, verificaram-se associação em 2%. Na Holanda, 2% dos 184 participantes exibiram clínica. Embora ainda não preciso, destaca-se maior incidência em indivíduos idosos. Porém, um relatório recente de Nova York exibe AVC de grandes vasos em pessoas jovens e sem fatores de risco cardiovasculares significativos. A manifestação surge em média de 10 dias após o início da infecção, com alto índice de mortalidade. As causas são multifatoriais, como fatores associados hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hiperlipidemia, tabagismo e doença cardiovasculares. Resultado da endotelopatia direta e de processos prótrombóticos, causados por vias imunotrombogênicas, como inflamação sistêmica, ativação plaquetária imunomediada, arritmias cardíacas induzidas por infecção, disfunção endotelial e desestabilização de placas. Já a ligação viral ao receptor da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), presente nas células epiteliais e musculares lisas cerebrais, diminui a função da enzima ACE2, levando a perda das funções cardioprotetoras e vasoprotetoras. Mediadores inflamatórios aumentados em laboratório, com níveis elevados de leucócitos, neutrófilos, proteína C reativa e contagem de linfócitos baixa, foram associados à ocorrência, gravidade, recorrência, desfechos e mortalidade de AVC durante infecção. A anticoagulação terapêutica e a trombólise tem sido recomendadas a fim de reduzir a ocorrência de ACVs na COVID-19. CONCLUSÃO: Durante SARS-CoV-2, a isquemia e ou infarto cerebral podem surgir como complicação pela resposta pró-coagulante da infecção, associando-se a gravidade e desfecho desfavoráveis da doença.
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